O Tarot
O Tarot é um jogo de cartas, composto por um baralho de 78 cartas. Cada carta é denominada de arcano, palavra que significa "mistérios ou segredos a serem desvendados", e o baralho é constituído por 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. Os Arcanos Menores estão divididos por 4 conjuntos de naipes: Ouros (moedas), Copas (cálices), Espadas e Paus (bastões). Cada naipe tem 14 cartas: 10 cartas numeradas e 4 figuras da corte (o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e o Pajem, que corresponde ao Valete no baralho tradicional).
Acredita-se que a origem etimológica da palavra Tarot venha da palavra árabe turuq, que significa "quatro caminhos", ou talvez da palavra árabe tarach, que significa "rejeito". Segundo a etimologia francesa, Tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara: "perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, acção de deduzir".
O Tarot advém de um antiquíssimo conhecimento, com inicio nas sombras do tempo. Não se sabe ao certo a sua origem, mas supõe-se que uma das suas raízes remonte ao antigo Egipto, e outra à antiga Índia. Algumas fontes sugerem a sua origem na legendária Atlântida. No Ocidente, as cartas de jogar apareceram na Europa cristã por volta de 1367, data da primeira evidência documentada da sua existência. Antes disso, as cartas foram usadas por muitas décadas no Al-Andalus islâmico. Os jogos de cartas entraram na Europa no final do século XIV, com os mamelucos da Pérsia, cujos jogos tinham naipes muito semelhantes aos naipes latinos italianos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros (moedas). Os primeiros baralhos foram criados entre 1410 e 1430 em Milão, Ferrara ou Bolonha, no norte de Itália, e as cartas de Tarot mais antigas existentes são de quinze baralhos incompletos, pintados em meados do século XV para a família governante de Milão, os Visconti Sforza. O Visconti Sforza é o baralho de Tarot mais antigo de que se tem notícia, e foi confeccionado para mostrar o sistema de divindades gregas, um tema que estava na moda em Itália.
O Tarot era jogado pelos nobres e pelos senhores das casas mais tradicionais da Europa continental. Desde o século XVIII que as cartas passaram a ser usadas para adivinhação ou previsão do futuro, e desde os finais do século XIX que elas integram o cerne do esoterismo moderno, juntamente com a astrologia e com a alquimia medieval.