Estrela de Lis

O Oráculo


O Oráculo, no seu sentido etimológico, é a resposta dada por uma divindade a uma questão pessoal, através de artes divinatórias. O termo oráculo também designa o intermediário humano consultado, que transmite a resposta. No Mundo Antigo, o oráculo era também o local que ganhava reputação por distribuir a sabedoria oracular, e onde era notada a presença Divina sempre que invocada. O local passava a ser considerado solo sagrado e previamente preparado para tal prática. Nos nossos dias, ele é igualmente atribuído a um objecto, ou meio, pelo qual alguém possa obter respostas para um esclarecimento maior.


As civilizações antigas consultavam oráculos para as mais diversas finalidades. Na mitologia escandinava, Odin levou a cabeça do deus Mimir para Asgard, para ser consultada como oráculo. Na tradição chinesa, o I-Ching foi usado para adivinhação na dinastia Shang, embora seja muito mais antigo, e tenha um profundo significado filosófico. Os oráculos gregos constituíam um aspecto fundamental da religião e da cultura grega.


O oráculo é a resposta dada por um Deus, que foi consultado para responder a uma dúvida pessoal, geralmente referente ao futuro. Assim, o termo oráculo designa tanto a divindade consultada, como o intermediário humano que transmite a resposta, como o objecto utilizado por ele, e ainda o lugar sagrado onde a resposta é dada.


Objectos como moedas, cartas, búzios, dados, bolas de cristal e muitos outros, podem ser meios de consulta do oráculo, sendo que o objecto é o meio através do qual se comunica com o divino. Os objectos utilizados como oráculo, são instrumentos de comunicação entre nós e o mundo espiritual. Qualquer objecto pode dar uma resposta, afirmativa e ou negativa, e também outro tipo de resposta, desde que exista um padrão já determinado no sistema.


O canal humano interpreta a simbologia contida nos objectos, e noutros elementos contidos na comunicação com o mundo espiritual. A intuição é uma faculdade inerente ao ser humano, e é o meio pelo qual, cada ser  humano acede e recebe a informação divina.


As cartas de Tarot e oraculares são um dos métodos divinatórios mais conhecidos, em todo o mundo esotérico. Cada baralho contém em si um sistema próprio, de acordo com o autor que o canalizou. O Tarot tem uma estrutura fixa, mas existem outros baralhos com cartas oraculares que não têm uma estrutura fixa, pelo que cada carta contém as suas mensagens próprias. Os búzios, as borras de café, as ondas do mar, os sonhos, as patas de caranguejo, os ossos… todos estes elementos já foram compreendidos como oráculos, mas os desenhos das cartas não são como códigos abstractos. Mesmo quando exigem interpretação, as imagens são directas e bastante claras. Este é, de longe, o meio mais popular para se conhecerem as coisas que estão para além da nossa simples visão. Para um jogo de cartas comum, os valores são simplesmente lógicos, mas para uma consulta espiritual com as cartas, a numerologia, a cabala e vários outros estudos entram em cena configurando detalhes significativos, levando-se em conta até a posição para onde olha a figura desenhada, os elementos contidos na carta ou a disposição e as cores de um objecto, entre outras energias captadas pelo oraculista.

O Tarot


O Tarot é um jogo de cartas, composto por um baralho de 78 cartas. Cada carta é denominada de arcano, palavra que significa "mistérios ou segredos a serem desvendados", e o baralho é constituído por 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. Os Arcanos Menores estão divididos por 4 conjuntos de naipes: Ouros (moedas), Copas (cálices), Espadas e Paus (bastões). Cada naipe tem 14 cartas: 10 cartas numeradas e 4 figuras da corte (o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e o Pajem, que corresponde ao Valete no baralho tradicional).


Acredita-se que a origem etimológica da palavra Tarot venha da palavra árabe turuq, que significa "quatro caminhos", ou talvez da palavra árabe tarach, que significa "rejeito". Segundo a etimologia francesa, Tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara: "perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, acção de deduzir".


O Tarot advém de um antiquíssimo conhecimento, com inicio nas sombras do tempo. Não se sabe ao certo a sua origem, mas supõe-se que uma das suas raízes remonte ao antigo Egipto, e outra à antiga Índia. Algumas fontes sugerem a sua origem na legendária Atlântida. No Ocidente, as cartas de jogar apareceram na Europa cristã por volta de 1367, data da primeira evidência documentada da sua existência. Antes disso, as cartas foram usadas por muitas décadas no Al-Andalus islâmico. Os jogos de cartas entraram na Europa no final do século XIV, com os mamelucos da Pérsia, cujos jogos tinham naipes muito semelhantes aos naipes latinos italianos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros (moedas). Os primeiros baralhos foram criados entre 1410 e 1430 em Milão, Ferrara ou Bolonha, no norte de Itália, e as cartas de Tarot mais antigas existentes são de quinze baralhos incompletos, pintados em meados do século XV para a família governante de Milão, os Visconti Sforza. O Visconti Sforza  é o baralho de Tarot mais antigo de que se tem notícia, e foi confeccionado para mostrar o sistema de divindades gregas, um tema que estava na moda em Itália.


O Tarot era jogado pelos nobres e pelos senhores das casas mais tradicionais da Europa continental. Desde o século XVIII que as cartas passaram a ser usadas para adivinhação ou previsão do futuro, e desde os finais do século XIX que elas integram o cerne do esoterismo moderno, juntamente com a astrologia e com a alquimia medieval.